Chá de Cadeira

Esperar pelo bus,salário,weekend,sol,despertador, phone call,liquidacão de inverno,dezoito anos,férias,primeiro beijo,Natal,fila de balada,sinal fechado. Esperar:por esperar.Aguardar algo(ou alguém)que está por vir.Esperar: desejar.Pensar fixamente em algo que deseja muito que aconteça. Chá de cadeira:Não ser chamado(A) para dançar em bailes,antigamente. Esperar pelo homem dos seus sonhos:tomar chá de cadeira.Esperar pela promoção:tomar um p.chá de cadeira!Wait,wish,wait.

terça-feira, setembro 08, 2009

mais uma de amor

Eles se conheceram no fim da adolescência. Aquela fase feia, crescendo desproporcionalmente. Milhões de coisas na cabeça sem fazer sentido algum.
Aquele nariz que não era pra ser assim, o cabelo que você ainda não sabe arrumar, o estilo de roupa que você ainda não encontrou. Ela se olha no espelho e nunca gosta do que vê. Faz um drama. Ele ainda usa aparelho nos dentes. Será que vai demorar muito?
Ela não lê mais a Capricho. Pensa em morar no exterior.
Ele não sabe qual droga experimentar agora. Se presta Medicina ou Biologia. Se ouve Rock ou Reggae.
Ela ainda escreve na agenda sobre o mesmo amor platônico de anos. E ele não a quer. Mas ela insiste. Também, existe passatempo melhor quando se é adolescente?
Ele sofre pela primeira ex-namorada. Existe drama melhor?
Os caminhos poderiam ter sido diferentes se não fosse pela amiga que insistiu em apresentá-los. Essa coisa de cupido também existe na vida real. Não que essa seja uma história real. Ora bolas!
E eles se apaixonam. Borboletas no estômago. Sinos tocando. Eu e você escritos no espelho embaçado depois do banho.
Numa quinta-feira a noite quando a amiga a chama para ir embora da festa ele pergunta: o que você gostaria de fazer antes de ir embora?
Ela pede o beijo. O primeiro e mais especial em meio a tantos outros deles.
No outro dia já se telefonaram. Ele não se importava mais com o aparelho, mas continuava tentando decidir sobre a próxima droga. Ela gostava do que via no espelho porque ele gostava do que via nela.
Era aquele o primeiro amor.
Foram seis meses daquela coisa linda que todos conhecemos. A primeira vez de tudo.
A primeira noite juntos, o primeiro "eu te amo". Tudo arrepia. Tudo é tão intenso.
A trilha sonora nunca seria esquecida.
No final dos seis meses ela muda de cidade deixando para traz um coração partido e uma cara inchada. Promete ser dele pra sempre com medo de não poder ser.
Ele não dorme a noite, sabe que a vida dela mudará na faculdade. Tantas pessoas para conhecer, tão mais interessantes que ele.
Aí vem o primeiro telefonema.Um telgrama. A primeira carta. O primeiro email. O presente de aniversario enviado pelo amigo. Ela abre: uma flor!
A fita de músicas do Chico Buarque. A poesia de Vinicius e Oswald.
Tudo aquilo era lindo e doía. A distância era longa mas os dois não abriam mão de estarem presentes.
Doía mas era um sofrimento válido.
Um sofrimento bonito. Um eu te amo pra sempre.
Que acendia a cada encontro, a cada sorriso, a cada : Oi, está tudo bem por aí? Estou com saudades.
A história é longa. Eles nunca acreditaram de verdade que daria tão certo. Que realizariam tantos sonhos juntos. Que seriam parte da vida um do outro para sempre.
Eles preferiam acreditar que depois de muito tempo separados se encontrariam durante as férias numa praça em Madrid.
Ela com um livro no colo olhando a fonte e ele tirando fotos da mesma.

as a bird.

I thought that I get drunk just to shut my thoughts up.
But I guess I am wrong. I do it to let them go free.

só um comentário...

Hoje me dei conta de que nunca havia passado tanto tempo sozinha com meus botões.
Tem gente que vai para um retiro espiritual no Tibet, eu me vi sozinha perambulando pelas ruas de Londres fazendo compras.
É assim, cada um com suas terapias, com o que te faz bem. Cada um tentando alcançar a sua felicidade plena. (Se é que isso existe... bom, deixa pra lá).
Cheguei em casa e comprei minhas passagens para Barcelona. Escolher as datas, reservar hotel, mais uma viagem dentro da viagem. Não foi pra isso que eu vim pra cá?
(Deixa pra lá de novo).
Ai a amiga diz que agora sim eu vou me divertir, conhecer pessoas no albergue, encontrar meu amigo festeiro.
Sem exitar eu respondi que já estou me divertindo muito e que eu sou muito legal pra cara***! E por mais incrível que pareça eu ainda não consegui me sentir sozinha e acho que nem vou. Pela primeira vez na vida a minha companhia e de meus pensamentos tem sido mais que suficiente.
Resolvi escutar aquele amigo que disse que essa eu devia encarar sozinha. Nem pensei se ele estava viajando ou falando sério. Agora agradeço.
Passo horas e horas andando por essa cidade linda rindo das minhas piadas bobas, inventando histórias e pensando em milhões de finais felizes e, como boa mexicana que sou, em finais não tão felizes também.
Eu já sei que se comprar 3 cervejas pago o preço de duas e só eu e eu mesma temos que decidir se vamos ou não ficar bêbadas hoje e comemorar mais esse passo de nossa aventura juntas.
Decidimos que sim.
Me vi correndo para me arrumar e ir ao cinema com medo de me atrasar. Para encontrar alguém? Não. Para encontrar algo que me faz tão feliz.
Foi aí, me arrumando e ansiosa para ir ao cinema sozinha (arrumei o cabelo, passei maquiagem, vesti roupa nova) que eu percebi o quanto estou bem comigo mesma.
E por hora não existe coisa melhor do que reparar e comentar só as coisas que você acha interessante. Ouvir as músicas que só você gosta. Comer ou não comer, dormir ou não dormir. Tudo depende somente de você.
Acho que é mais ou menos aí que você se ama de verdade.
Pronto. Cheguei aqui. E agora, o que mais?